quinta-feira, 29 de maio de 2014

Apenas rumores do desconhecido...



Onde estão as diferenças que separam raças, culturas e etnias? Onde se encontram as múltiplas facetas para a justificação de massacres sanguinários em prol da pureza de um povo? Será que somos tão estúpidos ao ponto de acharmos que uma cor ou pensamento pode nos colocar acima de outra pessoa?


Olhamos todos os dias para milhares de pessoas diferentes de nós, feitos de forma particular, única e insubstituível. Cada ser vivo com um propósito, uma aparência, uma forma, um preconceito distinto. Imagine se todo o mundo fosse azul, branco, preto, alto, baixo... Tudo seria tão chato e monótono. Uma igualdade que nos levaria a uma vida vazia e sem significado. Imagine, se o céu tivesse uma birra com as nuvens?  Não aceitassem tamanha brancura e leveza, marginalizassem-nas por serem “fofinhas” e “branquinhas”. Ou se as árvores repudiassem a terra e negassem trabalhar em conjunto com um elemento tão diferente de sua composição. Isso é algo extremamente utópico, algo inconcebível, não é?  Contudo, isso acontecesse em nossa sociedade, dúvida?


Estava em um seminário indígena, onde algumas crianças de um colégio iriam participar também e ver os índios pela primeira vez. Tudo estava na mais perfeita ordem: uma decoração tipicamente indígena, um som ambiente que lembrava a natureza e as crianças entusiasmadas com o que iriam presenciar. Quando os índios integrantes de uma tribo de Pernambuco entraram para fazer sua apresentação, as crianças que antes estavam cheias de expectativas agora choravam de medo e pavor e podia-se ouvir gritos e muitos comentários misturando-se ao calmo som de rios e pássaros: “Eles vão me comer”, "Meu pai disse que eles são perigosos”, “Todos os índios já morreram, eles não são de verdade!?!?!” “Que coisa estranha!!”


Como nossa espécie é paradoxal, desconhecemos aqueles que são nativos da terra em que habitamos e supervalorizamos culturas consumistas e extremamente capitalistas que estão há milhares de distância! Fiquei muito abismado com esse fato, todavia me inclui nesse choque cultural que aconteceu com as crianças naquele evento. Comecei então a me perguntar: Quantos índios existem no Brasil? Quais são os elementos que compõe a sua cultura, suas tradições?


As maiorias dos brasileiros conhecem a nova moda lançada em Milão, a nova música de um cantor americano e quem pagou mico na entrega do Oscar 2014. Achamos tudo lindo, perfeito, chique; valorizamos o internacional e desconhecemos os produtos nacionais que são tão ricos em cultura e diversidade. Vivemos o famoso ditado popular: “A grama do quintal do vizinho, sempre é mais verde que a nossa”


Rumores de outro mundo que fingimos conhecer


Desconhecemos também muitas coisas de nossa vida espiritual, da vida cristã. Todo mundo sabe quem criou o mundo, quem entrou na arca, quem abriu o mar vermelho, quem morreu na cruz para nos salvar. Contudo, pensamos nessas coisas com uma mente superficial, algo mecânico, gravado, sem emoção.


Sentimos, vivemos e até nos perdemos em alguns valores desse mundo, mas esquecemos daquilo que é imutável: o amor de nosso Deus por nós. Precisamos resgatar o primeiro amor, conhecer profundamente a palavra de nosso Deus. Conhecer o AMIGO Espírito Santo, algo muito além da religião.  Como amar que não conhecemos? Como ter intimidade sem busca?Como não ficar chocado com tamanho amor, afinal, muitos ainda não experimentaram dele!?!?


Andar com Jesus é muito mais do que participar de um ministério, seguir determinada religião, ter determinado cargo na igreja. Mas é manter um relacionamento profundo e fiel, vivo e eficaz. A nossa sociedade padronizadora, quer loucamente encaixotar Deus em uma religião ou dentro de um estereótipo, buscando humanizar e culpar Deus, como se Ele fosse homem. Ao contrário do que muitos pensam, Deus não precisa da nossa fé para existir, mas nós precisamos de Deus para promover a nossa fé. Somos apenas vassalos de um Senhor bondoso e gentil, contudo insistimos em crucificá-lo, envergonhá-lo... Até quando esse choque cultural irá existir...


Deus não é um homem. Deus não é um homem sentado em uma nuvem. Deus não pode ser comprado, encaixotado e não é propriedade de nenhuma religião. Mas Deus é amor, e Ele ama a todos. Ateus, charlatões, comunistas, lésbicas, terroristas, humanistas, Ele ama a todos. Católicos, protestantes, muçulmanos, espíritas, todos sem exceção! Ele é amor, o próprio AMOR! Deus ama a todos em suas diferenças... Cabe a cada um de nós, busca-lo em Espírito e em verdade. Tendo uma ampla visão daquilo que hoje está embaçado.

Autor: Gabriel Fernandes

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