Natal: do latim natalis, derivado do verbo nascor, que tem sentido de nascer. Originalmente destinado a celebrar o nascimento do deus sol no solsístico de inverno (natalis invicti solis), e adaptado pela igreja católica no século III d.C., para permitir a conversão de povos pagãos sob o domínio do Império Romano, passando a comemorar o nascimento de Jesus Cristo de Nazaré.
1. Natal:
A verdadeira origem
O que é o natal? O que significa essa data? Por quê comemoramos essa festa? Tantas perguntas que vem em nossa mente nesta data, porém poucas são as respostas para esses questionamentos. Ninguém sabe ao certo a verdadeira história de Natal. Vivemos sobre a sombra de algumas "lendas" e mitos de nossos parentes e amigos sobre o que é o natal. O natal é produto de um sincretismo religioso, visando a conversão do povo pagão, tendo início no Império Romano.
• Sol Invictus (Dies Natalis Solis Invictus): Também conhecido pelo nome completo, deus sol invicto, era um título religioso que foi aplicado a três divindades durante o Império Romano. O imperador Constantino, antes de sua suposta conversão, tinha o sol invicto como a sua cunhagem e anualmente oferecia sacrifícios humanos ao deus sol.
A Escandinávia pagã comemorava um festival de inverno chamado Yule, realizado nos finais de dezembro até os primeiros dias de janeiro. Como o norte da Europa foi a última parte do continente a ser cristianizada, suas tradições pagãs tinham uma grande influência sobre o Natal.
• Yule: comemorado no dia 21 de dezembro (H. Norte)/ 21 de junho (H. Sul).
A partir desse dia, o sol se aproxima da terra, e a escuridão do inverno ameaça ir embora. É quando a deusa mãe dá à luz a seu novo filho, o deus sol renovado e forte, ainda bebê. Esta é a noite mais longa do ano, onde a deusa mãe é reverenciada como a mãe da criança prometida.
Muitos dos costumes do Yule foram absolvidos pela igreja cristã, quando o catolicismo tentava se estabelecer. A igreja católica decidiu marcar simbolicamente o nascimento de Jesus em dezembro para absolver o culto sagrado do solstício de inverno dos celtas e saxões. Fazendo um sincretismo entre o paganismo e o cristianismo.
2. Árvore de Natal: é considerada por alguns como uma "cristianização" de tradições e rituais pagões.
Na Alemanha, uma das mais populares versões, atribui a novidade à Martinho Lutero, autor da Reforma Protestante do século XVI. Olhando para o céu através de uns pinheiros que cercavam a trilha que estava caminhando, viu-o imensamente estrelado parecendo-lhe um colar de diamantes sobre as copas das árvores. Tomado pela beleza daquela cena, decidiu arrancar um galho para levar para casa. Lá chegando, colocou o pequeno galho num vasto vaso com terra e, chamando a esposa e os filhos, decorou-o com pequenas velas acesas. Arrumou em seguida papéis coloridos para enfeitá-la mais um tanto.
Na Roma Antiga, os romanos penduravam máscaras de Baco ( Na mitologia, Baco era o deus do vinho, da ebriedade, dos excessos, especialmente sexuais, e da natureza) em pinheiros para comemorar uma festa chamada "Saturnália", que coincidia com o Natal.
3. Presépio: do latim praesepio, que significa manjedoura. Surgiu em 1223, quando Francisco de Assis (Frade Católico/ Itália) quis celebrar o Natal de um modo o mais realista possível e, com permissão da igreja, montou um presépio com as imagens sacras. O sucesso dessa representação foi tanta que se estendeu por toda a Itália e depois pelo mundo.
4. Nicolau ou Papai Noel?
Nicolau, bispo de Mira, proveniente de Patara, na Ásia Menor (Turquia), onde teria nascido na segunda metade do século III, e falecido no dia 3 de dezembro de 342.
Sob o império de Diocleniano (imperador de Roma no ano de 284 a 305. Diocleniano reabilitou as velhas tradições politeístas, incentivando o culto dos deuses antigos e perseguindo o cristianismo), Nicolau foi encarcerado por recusar-se a negar sua fé em Cristo Jesus. Após a subida ao poder de Constantino, Nicolau volta a enfrentar oposição, desta vez pela própria igreja. Nicolau, porém, não se dá por vencido e permanece atuante, prestando auxilio a crianças e outros necessitados.
De Nicolau, obtém-se um grande número de relatos e histórias, mas é difícil distinguir as autênticas das abundantes lendas que germinaram sobre este homem muito popular, cuja imagem foi relacionada e transformada no ícone do Natal chamado de Papai Noel. Nicolau sempre foi acolhedor com os pobres e principalmente com as crianças carentes, o primeiro bispo da igreja a se preocupar com a educação e a moral tanto das crianças, como de seus pais.
5. O que a cruz tem a ver com o Natal?
Qual é o verdadeiro símbolo do natal? O Papai Noel? O presépio? A árvore?
O verdadeiro símbolo do natal é a cruz. Estamos adaptados a correlacionar a cruz com as festividades pascais e esquecemos de seu significado ao longo do ano. Para o verdadeiro cristão, a cruz é o significado da Páscoa, do Natal, do ano novo, de seu aniversário, de tudo em sua vida. O sacrifício de Jesus é a causa de estarmos com vida e em liberdade. O sangue do Cordeiro derramado na cruz representa para nós a liberdade eterna. Jesus é o Natal; não apenas o seu nascimento, mas toda a sua trajetória e graça para com todo o ser humano.
O amor vai aonde é necessário... e Cristo viajou da eternidade sem limite para ser confinado pelo tempo e tornar-se um de nós. Não precisava fazê-lo. Em qualquer ponto do caminho ele poderia ter colocado um ponto final naquilo tudo. Quando viu o tamanho do útero materno, poderia ter desistido. Quando percebeu como suas mãos seriam pequenas, quão suave seria sua voz, poderia ter desistido. Ao primeiro sinal do mau cheiro do estábulo, diante da primeira rajada de vento frio. Na primeira vez que arranhou seu joelho ou assou seu nariz ou comeu pão queimado, poderia ter virado as costas e ido embora. Mas ele não fez isso. Não o fez, por que ele é amor. E " O amor [...] tudo suporta" (I Co 13:4-7). O Natal é o recomeço, a esperança,a vida eterna que nos foi dada por meio do grande ato de Jesus na cruz.